pernoitas em mim
e se por acaso te toco a memória... amas
ou finges morrer
pressinto o aroma luminoso dos fogos
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas
é noite ainda
o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão das aves
já não possuo a brancura oculta das palavras
e nenhum lume irrompe para beberes
Al Berto, in 'Rumor dos Fogos'
O
Poema em analise é constituido por três tercetos e um dueto, fazendo ao todo conze
versos, com rimas interpoladas em todos os versos , a metrica é um soneto que
contem 11 versos, cada um com um numero de silabas diferentes.
O Sujeito poético utiliza algumas metaforas e personificações.
O
tema do poema é sobre um amor que ele ainda não conseguiu esquecer ou algo que
perdeu e que ainda o “assombra”
Ao
longo do poema, o sujeito poetico faz a descrição daquilo que ele vem sentindo
todos os efeitos que este sentimento está causando a ele.
Na
primeira estrofe, o sujeito poético fala que a “pessoa” ainda está dentro dele
( Pernoitas em mim) e que se ele aparece no meio das lembranças dessa pessoa (e
se por acaso te toco a memória) a pessoa ainda gostava dele (...amas) ou
poderia o odiar e mostrar que já não quer saber de mais nada com ele (finges
morrer)
Na
segunda estrofe, o sujeito poetico fala que imagina a chama e o seu cheiro que
é impossivel de não se notar (pressinto o aroma luminoso dos fogos),que escuta
o som da terra depois da chuva (escuto o rumor da terra molhada ), e que seu pensamento esta longe, tão longe que
ouve o som das estrelas (a fala queimada das estrelas )
Na
terceira estrofe, o sujeito poetico fala ainda é noite e parece que não acaba
nunca(é noite ainda ), e que sente falta da pessoa que costumava estar ali
deitada ao seu lado(o corpo ausente instala-se vagarosamente ), e que está
ficando velho e sem um lar, andando de um lado para outro sem ter por onde ir (envelheço
com a nómada solidão das aves ).
Na
quarta e ultima estrofe, o sujeito poetico fala sobre não possuir mais falta de
imaginação e que domina as palavras (já não possuo a brancura oculta das
palavras ) e que já não há vontade nenhuma de beber, pois já não há fogo
jorrando dentro dele para o dar vontade de fazer algo (e nenhum lume irrompe
para beberes)
A
minha opnião sobre o poema é que, este poema é curto mas bastante complicado com
bastante mensagem em poucas palavras, pois cada um tem um entendimento daquilo que lê nesse poema, pois este fala sobre uma pessoa
desanimada com a vida e que já não tem muitos motivos para aqui estar, pois
sente falta de alguem e este alguem significava tudo para ele.