domingo, 18 de janeiro de 2015

Biografia

Biografia Al Berto

Poeta português, natural de Sines. Al Berto frequentou diversos cursos de artes plásticas, em Portugal e em Bruxelas, onde se exilou em 1967. A partir de 1971 dedicou-se exclusivamente à literatura. Estreou-se com o título À Procura do Vento no Jardim de Agosto (1977). A sua poesia retomou, de algum modo, a herança surrealista, fundindo o real e o imaginário. Está presente, frequentemente, uma particular atenção ao quotidiano como lugar de objectos e de pessoas, de passagem e de permanência, de ligação entre um tempo histórico e um tempo individual. Por vezes, os seus textos apresentam um carácter fragmentário, numa ambiguidade entre a poesia e a prosa (Lunário, 1988; e O Anjo Mudo, 1993). A sua obra poética engloba Trabalhos do Olhar (1982), Salsugem (1984), O Medo/Trabalho Poético, 1976-1986 (prémio de poesia de 1987 do Pen Club), O Livro dos Regressos (1989), A Secreta Vida das Imagens (1991), Luminoso Afogado (1995) e Horto de Incêndio (1997). Deixou incompletos textos para uma ópera, para um livro de fotografia sobre Portugal e uma «falsa autobiografia», como o próprio autor a intitulava.


Inhttp://www.escritas.org/pt/biografia/al-berto

A Invisibilidade de Deus

A Invisibilidade de Deus

dizem que em sua boca se realiza a flor 
outros afirmam: 
        a sua invisibilidade é aparente
mas nunca toquei deus nesta escama de peixe 
onde podemos compreender todos os oceanos 
nunca tive a visão de sua bondosa mão 

o certo 
é que por vezes morremos magros até ao osso 
sem amparo e sem deus 
apenas um rosto muito belo surge etéreo 
na vasta insónia que nos isolou do mundo 
e sorri 
dizendo que nos amou algumas vezes 
mas não é o rosto de deus 
nem o teu nem aquele outro 
que durante anos permaneceu ausente 
e o tempo revelou não ser o meu






Na 1ª estrofe o sujeito poético caracteriza DEUS, primeiro referindo o que as pessoas acham,  e em segundo o que ele tenta compreender de DEUS.”Nunca tive a visão de sua bondosa mão”e “Dizem que em sua boca se realiza a flor/outros afirmam:/a sua invisibilidade é aparente”.





Na 2ª estrofe o autor refere que nem todas as pessoas têm a sorte de ter uma ajuda de Deus, pois uns morrem à fome sem Deus, outros isolam-se do mundo, mas aparece um lindo rosto, sendo que esse rosto não é de Deus.

Nosso poema.



O AMANHÃ

Hoje sou diferente.
Deixei de olhar para baixo,
Passei a olhar em frente…

Aprendi a ser feliz,
e sorri.

Pretendemos mostrar ao leitor diferentes pontos de vista e opiniões sobre o nosso SER.em "SER"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Acordar tarde

Acordar tarde


tocas as flores murchas que alguém te ofereceu 

quando o rio parou de correr e a noite 
foi tão luminosa quanto a mota que falhou 
a curva - e o serviço postal não funcionou 
no dia seguinte 

procuras ávido aquilo que o mar não devorou 
e passas a língua na cola dos selos lambidos 
por assassinos - e a tua mão segurando a faca 
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado 
dos amantes ocasionais - nada a fazer 

irás sozinho vida dentro 
os braços estendidos como se entrasses na água 
o corpo num arco de pedra tenso simulando 
a casa 
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia


-O poema é composto por 3 quintinhas,fazendo um total de 15 versos.
Este poema retracta a capacidade de seguir em frente por cima dos obstáculos, em busca do esquecimento do passado, o autor neste poema utiliza a comparação e o disfemismo como forma de passar para o leitor a  mensagem textual de  uma forma mais intensa.

-Na primeira estrofe o autor fala-nos de um amor que ficou marcado com sofrimento e o vazio criado.O autor utiliza uma comparação entre um mota sem luzes com a noite escura.

-Na segunda estrofe o autor indica que após o sofrimento de perder alguém tentamo-nos agarrar sempre a algo com o objectivo de completarmos o vazio que  ficou dentro de nós.

-Finalmente na terceira estrofe o autor exprime que a força de vontade será fundamental para passares por todos os obstáculos da vida em busca da felicidade que apenas tu poderás fazer o dia de amanha.

*A noite tão luminosa quanto a mota que falhou a curva significa que a noite correu de uma forma indesejada.(NEW)

-Na minha opinião este poema é muito difícil e tive muitas dificuldades em interpretá-lo, Fiz uma análise simples e de acordo com a minha perspectiva. Independentemente da minha dificuldade  em tentar interpretá-lo ,achei o poema espectacular e muito bem escrito.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Pernoitas em mim

Pernoitas em mim


pernoitas em mim
e se por acaso te toco a memória... amas
ou finges morrer

pressinto o aroma luminoso dos fogos
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas

é noite ainda
o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão das aves

já não possuo a brancura oculta das palavras
e nenhum lume irrompe para beberes

Al Berto, in 'Rumor dos Fogos'

  O Poema em analise é constituido por três tercetos e um dueto, fazendo ao todo conze versos, com rimas interpoladas em todos os versos , a metrica é um soneto que contem 11 versos, cada um com um numero de  silabas diferentes.
O Sujeito poético utiliza algumas metaforas e personificações.
  O tema do poema é sobre um amor que ele ainda não conseguiu esquecer ou algo que perdeu  e que ainda o “assombra”
  Ao longo do poema, o sujeito poetico faz a descrição daquilo que ele vem sentindo todos os efeitos que este sentimento está causando a ele.
  Na primeira estrofe, o sujeito poético fala que a “pessoa” ainda está dentro dele ( Pernoitas em mim) e que se ele aparece no meio das lembranças dessa pessoa (e se por acaso te toco a memória) a pessoa ainda gostava dele (...amas) ou poderia o odiar e mostrar que já não quer saber de mais nada com ele (finges morrer)
  Na segunda estrofe, o sujeito poetico fala que imagina a chama e o seu cheiro que é impossivel de não se notar (pressinto o aroma luminoso dos fogos),que escuta o som da terra depois da chuva (escuto o rumor da terra molhada ),  e que seu pensamento esta longe, tão longe que ouve o som das estrelas (a fala queimada das estrelas )
  Na terceira estrofe, o sujeito poetico fala ainda é noite e parece que não acaba nunca(é noite ainda ), e que sente falta da pessoa que costumava estar ali deitada ao seu lado(o corpo ausente instala-se vagarosamente ), e que está ficando velho e sem um lar, andando de um lado para outro sem ter por onde ir (envelheço com a nómada solidão das aves ).
  Na quarta e ultima estrofe, o sujeito poetico fala sobre não possuir mais falta de imaginação e que domina as palavras (já não possuo a brancura oculta das palavras ) e que já não há vontade nenhuma de beber, pois já não há fogo jorrando dentro dele para o dar vontade de fazer algo (e nenhum lume irrompe para beberes)
  A minha opnião sobre o poema é que, este poema é curto mas bastante complicado com bastante mensagem em poucas palavras, pois cada um tem um entendimento daquilo que lê nesse poema, pois este fala sobre uma pessoa desanimada com a vida e que já não tem muitos motivos para aqui estar, pois sente falta de alguem e este alguem significava tudo para ele.